O Poder das Palavras e do Coração

George Foster

A verdade é poderosa e nossas afirmações da verdade – especialmente as palavras bíblicas – exercem uma enorme influência sobre nós mesmos, sobre os outros e até sobre Satanás. Como disse Jesus, “conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8.32 – blh).

Jesus, quando tentado pelo diabo três vezes, recorreu à Palavra de Deus para resistir às tentações. A cada tentação, ele disse “está escrito”, e citou uma frase bíblica adequada à situação.

O pequeno órgão do corpo humano que chamamos “língua” tem, de acordo com a Bíblia, grande poder, mas não é fácil de controlar. No livro de Tiago, a língua é comparada a três coisas relativamente pequenas, mas bastante poderosas:

  1. O freio colocado na boca do cavalo, que o faz obedecer.
  2. O pequeno leme, que dirige um grande navio.
  3. Uma pequena chama, que incendeia uma floresta.

Em Tiago 3.9,10, lemos a respeito da confusão que ocorre quando não controlamos a língua.

“Usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim.” (blh.)

E quantas vezes ouvimos uma pessoa falar: “Não foi isso que eu quis dizer!” Quis, sim, pois Jesus esclareceu essa questão: “A boca fala do que o coração está cheio” (Lucas 6.45 – blh).

Tiago ainda afirma:

“Se no coração de vocês existe inveja, amargura e egoísmo, então não mintam contra a verdade, gabando-se de serem sábios. Essa espécie de sabedoria não vem do céu; ela é deste mundo, é da nossa natureza humana e é diabólica. Pois, onde há inveja e egoísmo, há também confusão e todo tipo de coisas más. A sabedoria que vem do céu é antes de tudo pura; e é também pacífica, bondosa e amigável.” (Tiago 3.14-17 – blh.)

Somos exortados a não amaldiçoar, fofocar, julgar nem chegar a conclusões infundadas acerca dos outros.

De fato, quando falamos mal de alguém, nós o prejudicamos. Todavia, podemos causar danos ainda mais graves quando dirigimos esse negativismo contra nós mesmos.

“Sou feio! Ninguem gosta de mim.”

 “Eu deveria ter nascido diferente.”

 “Não posso revelar como sou de fato.”

 “Meus fracassos sempre se repetem.”

 “Não consigo fazer nada direito.”

Ficaríamos espantados ao perceber o quanto somos alvo da nossa própria fala negativa. O psicólogo William Backus sugere que façamos uma lista das palavras negativas, humilhantes e dolorosas que dirigimos a nós mesmos e as substituamos por afirmações positivas acerca da nossa identidade em Cristo: somos filhos de Deus, amados do Pai, feitura das mãos do Senhor.

Sim, a língua tem enorme potencial para proferir comentários, encorajar ou, até mesmo, derrubar as pessoas. Entretanto, há uma pergunta que precisa ser feita:

Qual é o verdadeiro problema?

Consideremos mais uma vez as palavras de Jesus: “A boca fala do que o coração está cheio” (Lucas 6.45).

Aí está a fonte: o coração! Ele é o problema! Ele é o responsável! Na Bíblia há 725 referências à palavra “coração”.

“O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jeremias 17.9 – nvi.)

O coração dividido é respnsável pela instabilidade do indivíduo e da sociedade. O profeta Isaías falou sobre um povo religioso, porém rebelde, a quem o Senhor se referiu da seguinte forma:

“Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Isaías 29.13 – nvi.)

O descontrole da língua é fruto do descontrole do coração. Podemos até fazer o voto de nunca mais usar a nossa boca para difamar ninguém. No entanto, quando surge determinado tipo de situação, é fácil nos esquecermos do que prometemos e voltarmos a falar negativamente. O que precisamos fazer é inundar o nosso coração de amor, de tal modo que não haja nele nenhum espaço para pensamentos críticos acerca de ninguém.

Numa certa ocasião me senti maltratado e prejudicado por um irmão em Cristo. Passei a criticá-lo. Depois, num dado momento, li Mateus 18.21,22:

“Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou: — Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?

“Não! respondeu Jesus. Você não deve perdoar sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.” (blh.)

Eu estava tentando perdoar àquele irmão (e perdoar nem sempre é fácil), mas descobri que, enquanto não parasse de criticá-lo, não conseguiria fazê-lo.

Fiz o cálculo – “70 x 7 = 490” – e pensei: “Acho que já cheguei à 483ª. vez com ele!” Fiz então o propósito de nunca mais criticá-lo e de dizer “Está perdoado!” cada vez que ouvisse o seu nome. Isso aconteceu tantas vezes, que um dia percebi que o perdão de fato se tornara real. Eu havia perdoado não somente no nível da intenção, mas também no nível dos meus sentimentos. Algum tempo depois, conversei com ele e pude esclarecer algumas coisas. E não é que o hábito de declarar que ele estava perdoado deu certo? Hoje temos um relacionamento tranquilo e cordial.

Uma passagem bíblica que me impressiona é a de Colossenses 3.12-14:

“Como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.” (nvi.)

 Talvez você também queira fazer a oração que faço quase todos os dias:

“Senhor, ajuda-me a entregar o meu coração totalmente a ti.”

Depois, forme o hábito de declarar com sua boca que, com a ajuda de Deus, você ama, perdoa e quer bem a todas as pessoas. Amém.

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